Planejar é uma atividade
inerente ao trabalho do professor, que exige dele um trabalho de reflexão sobre
o ensino e sobre a aprendizagem. Nos dias de hoje planejar uma aula que atenda
a aprendizagem dos nossos alunos é imprescindível, uma vez que muitos professores
só escolhem atividades que acham interessantes, e esquecem de fato dos
objetivos para aquela aula.
O
maior desafio da educação nos dias de hoje é fazer com que nossos alunos
aprendam o que realmente queremos que eles aprendam em nossas aulas. No
entanto, há que se levar em conta que muitas dessas aulas realmente são
desestimulantes e não correspondem às expectativas de aprendizagem. Nesse
sentido, se faz necessário refletir sobre a aula, mais especificamente, como
ela vem sendo preparada e planejada para oferecer um ensino de qualidade e
garantir um aprendizado efetivo.Então, sempre que vou fazer um planejamento me faço a seguinte pergunta:
Como o planejamento de aula se torna um
instrumento que garanta a aprendizagem dos nossos alunos?
Ao
planejar é preciso levar em consideração a realidade vivida pelos educandos, a
cultura, as condições de vida, as relações sociais, através de um planejamento
interdisciplinar que oportunize o desenvolvimento global do aluno
possibilitando ações como: experimentar, experienciar, imaginar e problematizar.
Vimos que infelizmente para muitos educadores o planejamento ainda é visto como
um ato meramente burocrático. Segundo Gandin: "Planejamento
é elaborar – decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de
ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está
deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final
que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta
distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar
– agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar – revisar sempre cada
um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles
derivados" (GANDIN, 1985, p. 22).
Em contraponto
a isso vemos “professores que são negligentes na sua prática educativa
utilizando de improvisações para a realização de suas atividades em sala de
aula” (RODRIGUES 2012, p.2). Essa falta de comprometimento com o planejamento
leva o professor a uma aula improvisada, com atividades escolhidas sem
intencionalidades pedagógicas concisas, que não constituem significado para a
aprendizagem dos alunos (SANTOS, 2013). Sabemos que atividade de planejar deve
permear todo o trabalho docente de ensino tendo em vista a aprendizagem dos
alunos em tempos e espaços organizados (...).Tais ações devem ser descritas
metodologicamente e apontar intencionalidades educativas, bem como mecanismos
de verificação que revelem se elas foram alcançadas ou não. Nesse molde temos
como produto inicial de uma atividade docente o plano de aula.
Quando o planejamento não se consolida, na prática docente, como instrumento de garantia de aprendizagem, o convertemos em um objeto de ativismo pedagógico, insuficiente para aprender. Ou seja, quando o professor se preocupa em escolher atividades que considera interessante para aplicar em sala de aula, que esteja relacionada o conteúdo trabalhado, sem pensar no objetivo da aprendizagem e muito menos em como avaliar se ela realmente se efetivou ao final da aula, torna o ensino desvinculado da aprendizagem (1999, apud ZANON e ALTHAUS,
2010).
Referências:
GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. Petrópolis: Vozes, 1994.
RODRIGUES, M. A importância do planejamento pedagógico. 2012. Acesso 2018.
SANTOS, P.R.S.; SANTOS, S.R.S. O professor e sua prática - do planejamento às estratégias
pedagógicas. Acesso em 2018.
ZANON, D.P.; ATHAUS, M.T.M. DidáticaII. Ponta Grossa: UEPG/NUEAD, 2010.