quarta-feira, 20 de setembro de 2017

MODELOS PEDAGÓGICOS E MODELOS EPISTEMOLÓGICOS

          A partir da leitura do texto “Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos”, de Fernando Becker, agora consigo entender como está estruturada a relação de ensino/aprendizagem escolar.
          Conforme Fernando Becker pode-se afirmar que existem três diferentes formas de representar a relação entre o ensino e a aprendizagem que são: A Pedagogia Diretiva, Não Diretiva e a Relacional. Resumidamente vamos ver o que fala cada uma.
          Na Pedagogia Diretiva e sua epistemologia empírica, o professor fala e o aluno escuta. Somente o professor possui todo o conhecimento e deve transmiti-lo para o aluno que deve permanecer em silêncio, sentado e disciplinado.  Ele só aprende se o professor ensina. Sendo este considerado como uma “tabula rasa”, que trabalha a partir desse enfoque teórico, somente ele pode produzir algum novo conhecimento no aluno. Diante disto pode-se dizer que para aprender o aluno deve prestar atenção e repetir quantas vezes for necessário. Mantendo o pensamento em que professor jamais aprenderá e o aluno jamais ensinará.
          A Pedagogia Não-Diretiva e sua epistemologia apriorística o professor é um facilitador, um auxiliar do aluno; neste momento é considerada toda carga de saber que o aluno já traz consigo, ele precisa apenas ter a consciência, e organizar esse saber. Adota-se o pensamento de “deixar fazer” que ele encontrará seu caminho idealizado por laissez-faire. Com isso o aluno aprende por si mesmo, e o professor pode no máximo auxiliar a aprendizagem do aluno. Para todo o processo possa se desenvolver deve-se observar a bagagem hereditária e a interferência do meio-físico ou social deve ser reduzida ao mínimo; a aprendizagem se julga autossuficiente e o ensino é proibido de interferir.
          Já na Pedagogia Relacional e sua epistemologia relacional o conhecimento se dá através da exploração e questionamentos sobre o conhecimento através de materiais utilizados pelo professor; o aluno representa de alguma forma os materiais apresentados de acordo, esses materiais devem ser significantes para os alunos. O aluno só aprende se ele agir e problematizar sua ação assimilando assim e reagindo a proposta apresentada pelo professor. O professor não acredita no ensino tradicional, pois não acredita em mera transmissão de conteúdos, não acredita que o aluno seja uma folha em branco a ser preenchida, considerando que o aluno não seja ignorante diante de novos conhecimentos. Onde tudo que o aluno construiu até hoje em sua vida será uma bagagem para alcançar um novo conhecimento. A aprendizagem é construção, ação e tomada de consciência, onde o professor tem um saber construído.
          Então, agora ao ler e saber como cada proposta desenvolve-se, acredito que a proposta da Pedagogia Relacional, o aluno tem mais oportunidades de construir sua aprendizagem, pois proporciona ao aluno meios para ele buscar o conhecimento já existente nele. Que tudo que o aluno construiu até hoje serve de base/patamar para continuar a construir seus conhecimentos, é só uma questão de descobri-lo.
          O aluno não é uma tabula rasa, onde depositamos todos os conhecimentos, como se dá no modelo empirista, onde o professor decide o que fazer e os alunos executam. Ou como no modelo apriorístico que o aluno aprende por si mesmo.
          Que todos os educadores deveriam utilizar/apropriar-se desta proposta no seu fazer pedagógico, porque nele o sujeito interage a todo momento, sua ação é primordial e todos aprendem. A educação deve ser um processo de construção de conhecimento ao qual acorre, em condição de complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já construído. 
          E deixo aqui minha experiência, de quando iniciei minha vida acadêmica identifico meu fazer pedagógico baseado na pedagogia diretiva, mas com o decorrer dos anos, com as experiências e realidades enfrentadas em sala de aula, e principalmente com início do curso de Pedagogia, vejo que já mudei muito, e posso dizer que ainda não estou na pedagogia relacional, mas na transição, talvez, de não-diretiva para relacional. Pois, a cada dia que passa percebo que preciso preparar aulas que prendam a atenção dos meus alunos, que desperte interesse, curiosidade e vontade de querer aprender, saber.

Um comentário:

  1. Oi Kelen,

    Muito importante sua reflexão! Na pedagogia relacional a interação é essencial pois o desenvolvimento ocorre por uma demanda do meio que é construído neste processo de interação. Por isso é tão importante nós educadores estarmos abertos a incentivar essa ação da criança com o meio seja despertando curiosidade e interesse, como você mesma afirma.
    Abraço, Tutora Tais

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