A autora apresenta neste livro, resultados de um
trabalho de dois anos com um grupo de alfabetização.
Seu referencial teórico busca apoio nas teorias de
Paulo Freire e Emília Ferreiro.
Desprovidos de material
técnico necessário, de condições mínimas de trabalho e de um corpo de
conhecimento que possa subsidiar os desafios impostos pela prática educativa,
tais professores, a grande maioria leigos, são obrigados a aceitar o desafio de
escolarizar adultos sem o mínimo preparo necessário ao bom desempenho. Muitas
vezes acreditam que a militância e a opção política por um trabalho
comprometido sejam suficientes para superar as dificuldades de competência no
ensino de ler e escrever. Outras vezes acreditam que a simples leitura de um ou
dois manuais seja suficiente para enfrentar os desafios metodológicos impostos
nas salas de aulas. A verdade está muito distante disto. A alfabetização
competente de adultos que une o compromisso político de educadores populares
com a desenvoltura técnica necessária ao seu bom desempenho é ainda realidade
poucas vezes encontrada. A simples militância por um lado, a mera informação
técnica de outro, quando isto ocorre, não são suficientes para enfrentar o
grande desafio imposto pelos condicionantes de ordem social. Em um a sociedade
elitizada como a nossa, o ensino e as pesquisas em profundidade que possam dar
conta de aprimorar concepções e mecanismos de aprendizagem no campo da educação
de adultos das camadas populares não ocorrem. Obrigados a se formarem na
prática, sem condições de sistematizarem suas experiências e sem possibilidades
de terem acesso à pequena produção de conhecimento disponível, os educadores de
adultos são obrigados ao eterno começar e recomeçar de práticas frustrantes e
de vida curta.
Daí a grande dificuldade que alguns
profissionais encontram ao trabalharem com essa modalidade de ensino. Acreditam
que é simplesmente modificar um pouco o vocabulário e continuar aplicando o
mesmo tipo de atividades que são utilizadas com as crianças.
No entanto, esquecem do papel socializados e político da educação, especialmente de jovens e adultos.
Esses alunos já possuem uma grande experiência de vida e histórias pessoais muito marcantes. A grande maioria não pode estudar na idade correta por dificuldades econômicas, de acesso à educação ou principalmente pelo papel excludente de nosso atual sistema de avaliação.
Então, o profissional que opta em trabalhar com jovens e adultos deve considerar essa situação e deve trabalhar levando em conta a politização e o estímulo do senso crítico de seu aluno. Deve possibilitar ao aluno a relação entre o que é estudado na escola e suas situações cotidianas.
No entanto, esquecem do papel socializados e político da educação, especialmente de jovens e adultos.
Esses alunos já possuem uma grande experiência de vida e histórias pessoais muito marcantes. A grande maioria não pode estudar na idade correta por dificuldades econômicas, de acesso à educação ou principalmente pelo papel excludente de nosso atual sistema de avaliação.
Então, o profissional que opta em trabalhar com jovens e adultos deve considerar essa situação e deve trabalhar levando em conta a politização e o estímulo do senso crítico de seu aluno. Deve possibilitar ao aluno a relação entre o que é estudado na escola e suas situações cotidianas.
Ao apresentar seu trabalho, a autora
ressalta como uma das questões que notou como central e que mereceu uma maior
sistematização é o da metodologia da alfabetização de adultos. Normalmente levados por uma leitura
mecânica do chamado Método Paulo Freire educadores de adultos tem aceitado o
desafio simplista de, escolhidas determinadas, palavras ligadas à realidade do
educando, desenvolver processos de discussão e ou aprendizagem que impliquem
simplesmente na decodificação de tais palavras e na sua silabação visando a
construção de novas palavras. Tais movimentos, além de se tornarem mecânicos
(como se o processo de alfabetização fosse um caminho linear de incorporação de
novas sílabas ao universo de aprendizagem do educando), acabam não considerando
a experiência acumulada por este educando e suas hipóteses a respeito de como
tal processo de escolarização se realiza.
Assim sendo, concluo que para o sucesso escolar do aluno adulto, os
professores devem conhecer e respeitar profundamente esse aluno, com suas
vivências, seus conhecimentos adquiridos, seu modo de ser e suas ideias.
Deve
se estabelecer um diálogo entre alunos e professores, para daí criarem-se temas
geradores, decorrentes do cotidiano dos alunos que possam ser trabalhados por
toda a equipe e em todas as totalidades. Isso fará sentido para o estudante e
valorizará o trabalho do professor.
BIBLIOGRAFIA
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI,
1992.
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