terça-feira, 26 de junho de 2018

INOVAÇÃO PEDAGÓGICA X INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

             Inovação pedagógica significa ruptura, protagonismo, mudança, reconfiguração, recriação, reflexão, reorganização, perspectiva, construção, elaboração e transformação. Inovação pedagógica significa essencialmente: trazer o novo.       
            As escolas, assim como outras estruturas institucionais na atualidade, estão sendo tensionadas pelo contexto histórico que vivemos. Especialmente as tecnologias digitais de informação e comunicação estão alterando profundamente a forma como nos organizamos socialmente. Isso não é uma novidade, é uma constatação ao observar as condições materiais e objetivas do nosso tempo. 
        Hoje, com as tecnologias digitais da informação e comunicação, muitas ações de inovação pedagógica são, na verdade, inovações tecnológicas. E nem tão tecnológicas assim, se formos considerar o complexo contexto brasileiro. Escolas sem laboratórios, materiais didáticos, computadores, energia elétrica (sim, sem energia elétrica, no meio rural). Nesse ponto concordo bastante com o educador  Nóvoa, quando diz que nem o básico estamos fazendo bem feito. Não adianta inovar na tecnologia se as próprias concepções de educação que estão guiando as intencionalidades do currículo são, elas mesmas, obsoletas. As tecnologias digitais não são, por si só, salvadoras. Elas terão o uso e o significado que dermos a elas (ou que derem a elas no nosso lugar). É importante não confundir inovação tecnológica com inovação pedagógica. Essa diferenciação é que nos permite sermos mais assertivos quando falamos dos problemas da escola e da forma como podemos solucioná-los.
         A tecnologias são meios, mas não somente isso. As tecnologias digitais mudam a forma de nos inserirmos e nos postarmos no mundo – transformam até a nossa percepção da realidade. Precisamos de concepções pedagógicas que nos ajudem a estar e participar de maneira autônoma e crítica neste mundo (e no mundo do futuro). Não se trata de deixar a aula mais “interessante” e de “prender a atenção” com enfeites tecnológicos, mas sim de alcançar os propósitos que já comentamos anteriormente: uma educação que contemple a realidade do sujeito, que não somente deposite informação, que estimule seu potencial criativo, que leve a compreender seu lugar no mundo e a questioná-lo, que leve à construção de sua capacidade crítica.
          “A inovação não se decreta. A inovação não se impõe. A inovação não é um produto. É um processo. Uma atitude. É uma maneira de ser e estar na educação.” (NÓVOA apud CARDOSO, 2003, p.4)

 REFERÊNCIAS:
CARDOSO, A. P. O. A Receptividade à Mudança e à Inovação Pedagógica: o professor e o contexto 10 escolar. Porto. Edições Asa. 2003

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