segunda-feira, 18 de junho de 2018

RELATO E ANÁLISE REFLEXIVA BASEADAS NAS TEORIAS DE PIAGET E VIGOTSKY

Devido não trabalhar com alunos (crianças) desta faixa etária, pois trabalho a disciplina de Língua Portuguesa com alunos do 6º ano, meu relato baseia-se nos estudos realizados até o presente momento, com base nos conceitos desenvolvidos por Jean Piaget e Lev Vigotsky.
Os estudos da psicologia baseadas em uma visão histórica e social dos processos de desenvolvimento infantil apontam que o brincar é importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. Para VIGOTSKY (1989), um dos principais representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos
Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideais, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas com as experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis com essa prática.
Tal concepção se afasta da visão predominante da brincadeira como atividade restrita à assimilação de códigos e papéis sociais e culturais, cuja a função principal seria facilitar o processo de socialização da criança e sua integração à sociedade. Ultrapassando essa ideai, o autor compreende que, se por um lado a criança de fato reproduz e representa o mundo por meio das situações criadas nas atividades de brincadeiras, por outro lado tal reprodução não se faz passivamente, mas mediante um processo ativo de reinterpretação do mundo, que abre lugar para a invenção e a produção de novos significados, saberes e práticas.
 A brincadeira não é algo já dado na vida do ser humano, aprende-se a brincar desde cedo, nas relações que os sujeitos estabelecem com os outros e a cultura. Os processos de desenvolvimento e de aprendizagem envolvidos no brincar são também constitutivos do processo de apropriação de conhecimentos.
A fim de melhor exemplificar a relação existente entre o lúdico e o desenvolvimento psicomotor, recorre-se à teoria de PIAGET acerca do jogo infantil, na qual propõe a classificação dos jogos sob o ponto de vista cognitivo e deixa claro que é através da maturação e da interação ativa com o meio ambiente(assimilação e acomodação), através das explorações sensórios-motoras, que o comportamento da criança torna-se cada vez mais diferenciado e, mediante a construção dos novos conhecimentos, vai gradativamente dando lugar ao aparecimento dos comportamentos intencionais, chegando, por fim, à atividade lúdica.
Na concepção de PIAGET (1986) o jogo infantil pode ser dividido em 3 tipos: o exercício, o símbolo e a regra, caracterizando diferentes períodos do desenvolvimento infantil. O autor refere-se à ocorrência “de jogos de construção” nos períodos de transição entre as etapas.
Segundo PIAGET (1986), o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilibração do mundo.
Já para VIGOTSKY (1989), a escrita é muito mais difícil do que parece, embora sua aprendizagem interaja com a da leitura. Ao incluir-se a escrita junto com a leitura, vê-se que aprender a ler é uma tarefe dificílima para uma criança de 7 anos. Neste momento, as habilidades psicomotoras incluem destreza manual e digital, coordenação mãos-olhos, resistência à fadiga e equilíbrio físico. Fica claro que a escrita é, enquanto conjunto de movimentos coordenados, um exemplo de complexidade para a criança.
Se, para a criança, a escrita é uma atividade complexa, o jogo, ao contrário é um comportamento ativo cuja estrutura ajuda na apropriação motora necessária para a escrita.
Então, ao assistir os vídeos, ler os textos propostos e baseado no que foi relatado acima, conforme as teorias de PIAGET e VIGOTSKY, estabeleço uma relação com uma atividade que faz parte da minha prática pedagógica, onde costumo trabalhar diariamente no final da aula com meus alunos, que eles adoram, é chama-se STOP.
Uma brincadeira simples, que tanto os meninos como as meninas adoram jogar, onde para desenvolver necessito apenas de caneta ou lápis e folhas de papel. Embora simples, o jogo traz diversas vivências importantes. Pois trabalha a linguagem, a comunicação, a escrita e até a categorização. Isso vai motivar a memória e a imaginação, além do relacionamento com os outros.
Assim como o “stop”, costumo jogar também, o “jogo da velha”, que não exige mais que papel e caneta. Ao escolher os espaços em que fará suas marcações, o aluno está aprendendo a respeitar os traços delimitados. Outro ponto positivo é o desenvolvimento do raciocínio rápido.
           
REFERÊNCIAS:
PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança.Trad. Manuel Campos. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
VIGOTSKY, Lev. Semenovich. Pensamento e linguagem. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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