Nesta primeira aula da interdisciplina "Linguagem e Educação" , não pude estar presente, mas em contato com as colegas presentes, sei que foi realizado um debate em grupo sobre "nossas" hipóteses com relação ao processo de aquisição da linguagem, seja a partir de memórias da nossa infância, seja a partir de experiências vividas na escola como professoras, ou na família com crianças pequenas.
Ao realizar a leitura do texto proposto "Aquisição da Linguagem" escrito pela pesquisadora Samanta Demetrio da Silva, vejo que esta apresenta as diferentes teorias que circularam sobre o processo de aquisição da linguagem ao longo dos anos. Silva (2010) destaca primeiramente o trabalho de Skiner e a hipótese behaviorista. Para Skiner a aprendizagem ocorria pelo condicionamento assim eram importantes os mecanismos de : estímulo-resposta-reforço. Após a autora descreve a teoria desenvolvida por Chomsky denominada de gerativismo. O autor vai defender a tese de que a linguagem é inata. Silva (2010) também destaca os trabalhos de Vygotsky e seus seguidores que desenvolveram as teorizações acerca do interacionismo. Para essa corrente a chave da aprendizagem seria a interação com o ambiente e através do convívio com os outros.
A autora conclui destacando algumas considerações da psicologia para a aquisição da linguagem que "incorporou a visão de que adquirir linguagem realmente envolve um dom natural modificado pelo ambiente" (SILVA, 2010, s/p). Assim as novas abordagens teriam como foco descobrir quais capacidades, acerca da aquisição da linguagem, são dadas de forma inata e quais são proporcionada pela interação com o ambiente e com os outros.
Nem a natureza, por si só, nem aquilo que adquirimos explica todos os aspectos da aquisição da língua materna. Sendo assim, como a natureza pode facilitar a aquisição no processo? (cf. STERNBERG, 2008). Talvez os seres humanos tenham realmente um dispositivo de aquisição da linguagem, um mecanismo biologicamente inato que facilita a aquisição da linguagem (Chomsky,1965,1972). Ou seja, nós, seres humanos, parecemos estar biologicamente pré-configurados para adquirir linguagem.
Várias observações de seres humanos sustentam a noção de que estamos predispostos a adquirir a linguagem. Por exemplo, a percepção de fala dos seres humanos é muito boa, dada a natureza das capacidades auditivas para os sons. Além disso, todas as crianças dentro de uma ampla gama normal de capacidades e de ambientes parecem adquirir linguagem em um ritmo incrivelmente rápido. Entretanto, é válido, e também imprescindível, mencionarmos que estudos de crianças linguisticamente isoladas parecem proporcionar mais sustentação para a noção de interação da maturação psicológica e do apoio ambiental. A interação com o meio coexiste com os princípios biológicos.
Por conseguinte, nem fatores inatos nem fatores adquiridos parecem determinar, por si só, a aquisição da linguagem. A complexidade dessas questões, e seus estudos, tem uma abrangência que ultrapassa os limites de especificidades simples. A questão pode ser pautada em perspectivas, não em verdades absolutas e ceticistas.
Por conseguinte, nem fatores inatos nem fatores adquiridos parecem determinar, por si só, a aquisição da linguagem. A complexidade dessas questões, e seus estudos, tem uma abrangência que ultrapassa os limites de especificidades simples. A questão pode ser pautada em perspectivas, não em verdades absolutas e ceticistas.
Acredito que essa disciplina irá produzir importantes reflexões e aprendizagens para a nossa formação em Pedagogia.
REFERÊNCIAS:
CHOMSKY, N. Syntact structures. Aspects of a theory of syntax.Cambridge, MIT Press, 1965. Language and mind ( 2ºed. ), 1972.
STERNBERG, Robert J. Psicologia cognitiva / Robert J. Sternberg; tradução Roberto Cataldo Costa. ? 4. Ed. ? Porto Alegre: Artmed, 2008.
VYGOTSKY, Lev. S. Pensamento e Linguagem. 3ªed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
Autor: Samanta Demetrio Da Silva
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