Relatarei minha rotina diária na rede
Estadual que trabalho, onde no turno da manhã leciono a disciplina de Língua
Portuguesa com o 6º e 8º ano e a noite com o EJA, e a tarde sou Supervisora de
uma escola da rede Municipal.
A Escola Estadual de Ensino
Fundamental Padre Reüs situa-se no bairro Pitangueiras de Santo Antônio da
Patrulha.
O nível de desenvolvimento que temos
são comprometidos ao analisar a construção histórica, desde a fundação do
município.
O bairro na qual a
escola está inserida é o mais desenvolvido do município. Nele situa-se a zona
bancária, cooperativas, grande parte do setor de serviços, igrejas, escolas, comércio,
indústria, etc... As pessoas residem ou trabalham, na maioria assalariados, são
em geral simples, mas com um razoável nível cultural e apresentam disposição de
progredir neste sentido.
Pela sua localização e
fácil acesso, a procura de vagas é expressiva e, muitas vezes, esbarra em
nossas limitações, especialmente de espaço.
O bairro possui uma
infraestrutura satisfatória, oferecendo no mínimo, condições básicas de
funcionamento aos diversos setores.
A aula começa às 07h:45min. e termina
as 11h:55min., divididos em 5 períodos de 50 min, onde das 10:15 até as 10:30
temos o recreio. No turno da manhã dou aula 2ª, 3ª e 5ª os 5 períodos. A noite
a aula começa às 19:00h e termina as 23:00h, divididos também em 5 períodos,
mas a realidade aqui é um pouco diferente, pois os alunos também são diferenciados,
devido serem adultos que trabalham durante o dia e estudam à noite, onde muitos
vêm direto do trabalho para a aula, então geralmente as aulas encerram as
22:30, pois depois da merenda e recreio os alunos vão embora, não permanecendo
para assistir o último período. Enquanto no dia os alunos são muito
assíduos(presentes) e mais cobrados devido só estudarem, durante à noite eles
faltam muito e o nível de cobrança é um pouco mais flexível, devido ao contexto
dos alunos.
Durante o dia os alunos do 6º ano são
muito agitados, pois ainda são muito infantilizados, onde é preciso saber lidar
com eles, pois tudo é motivo de brigas e fofocas entre eles, e o uso do celular
é lógico, que é constante se eu me descuidar.
Já o 8º ano apesar de agitados, são adolescentes, onde a aula transcorre
de maneira mais tranquila, lógico que tem o problema do celular também, pois
querem estar o tempo todo conectados. Mas para entrarmos em um consenso sempre
dou os 10 minutos finais para eles ficarem no celular, em ambas turmas.
A noite as aulas transcorrem de
maneira mais tranquila, pois a maioria são adultos, onde não temos maiores
problemas. Mas temos alguns jovens que em algumas ocasiões querem perturbar ou
infringir alguma regra do turno da noite, onde a orientação e supervisão logo
tomam as providências necessárias. Este ano de 2017 estamos tendo muitos
problemas de drogas na escola no turno da noite.
E assim transcorrem meus dias e
noites, onde leciono minhas aulas, intercalando em aulas expositivas e aulas
práticas, onde fazemos trabalhos em grupos, assistimos filmes, fazemos
passeios/saídas culturais e exposições.
Ao
analisar minha rotina e na função da escola, relacionando com minhas leituras,
ficou claro que conforme MISSIO & CUNHA;
[...] percebemos que a escola se mantém de maneira tenaz,
impondo certos modos de conduta, de pensamento e de relações próprias,
independente das mudanças que ocorrem na sociedade; o que a torna
desinteressante para a grande demanda de estudantes que são obrigados
frequentá-la diariamente. (MISSIO & CUNHA, 2010. p. 6)
Embora
esta construção escolar, cujo as finalidades expressas no PPP da escola diz
que:
A escola
pública tem como compromisso oportunizar condições para sua clientela construir
conhecimentos, atitudes e valores, contribuindo na formação de cidadãos
críticos, éticos e participativos nos contextos que integram (BRASIL, 2004). No
entanto, que requer superação de obstáculos, pois segundo Atié (1999, p. 3), em
sua análise sobre a escola pública: “Hoje, o desafio que se coloca diante da
escola é fornecer educação e informação para toda a vida... ela precisa romper
seus muros e estar plenamente inserida no seu tempo e na comunidade a qual
pertence.” Ações escolares devem ser consolidadas em um contexto participativo,
integrador de todos seus segmentos, sincronizadas com o contexto atual, que
requer uma política educacional capaz de contribuir na condução do país ao
pleno desenvolvimento, em conformidade com os princípios democráticos em
evolução. Acredito sim que podemos programar as atividades, mas de encontro da
nossa atual conjectura de mundo, discordo em fazer uma atividade só porque está
no cronograma, e sim fazer para despertar “algo” que desperte interesse em
nossos alunos.
Remetendo a posição Pós-Moderna, ainda
estamos atrelados a um único modelo Cultural, com um indivíduo emancipado,
porém conformado com as imposições impostas por um sistema que “visa controle,
tornar dócil a consciência”, isto é uma escola que ensina conhecimentos e
comportamentos.
No
entanto,
“A posição Pós-Moderna pretende desconstruir a crença em
uma totalidade unitária de mundo, em conceitos universais e totalizantes, com
valores eternos e imutáveis, isto é, pensar o mundo sem recorrer a metarrelatos
ou a metanarrativas”. (MISSIO & CUNHA, 2010. P.7).
O grande desafio de nossa realidade é
transformar nossa educação identificada como Moderna, em uma educação
Pós-Moderno, que encoraja a “intuição, a emoção e a diversidade”.
REFERÊNCIAS:
REFERÊNCIAS:
ATIÉ, Lourdes. Editorial. Pátio-Revista Pedagógica, Porto
Alegre, ano 3, n. 10, p. 3, ago/out, 1999.
BRASIL, Ministério de Educação
e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira: Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de
1996. Brasília. 30p.
MISSIO, Luciane. CUNHA, Jorge Luiz da. Um olhar sobre a educação moderna no século
XXI. Santa Maria: Universidade
Federal de Santa …, 2010 - Disponível em:< http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/056e4.pdf>
Acesso em setembro/2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário